QUANDO A TRISTEZA PROCURA A RIMA

(Para o poeta Fcunha lima, por seu

soneto DE PORRE.)

Quando a noite, do fim se aproxima,

Hora em que o vinho toma a direção,

Soltam-se as amarras da emoção,

Que é da poesia a matéria prima.

A tristeza procura sua rima,

A lágrima já de prontidão.

Um lápis aparece em sua mão,

E um guardanapo completa o clima.

Um raio de sol, já é quase dia,

O sono abranda sua agonia,

O tronco sobre a mesa, relaxado.

E no guardanapo deixado ao lado,

Todo o sentimento anotado,

Numa ata, em forma de poesia.

=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=

DE PORRE

Em noite de saudade e de tristeza,

Quando a garrafa me faz companhia,

Sendo o apoio até o novo dia,

Minha verdade ali, por sobre a mesa.

Garrafa também cheia de incerteza,

Minha cabeça tão cheia de agonia,

Esse era o espaço que me pertencia,

Enquanto a noite brilhava de beleza.

Agora a tal garrafa chega ao fim,

A noite passa a debochar de mim,

Mostrando ao mundo que estou de porre.

Finda o silêncio a taça se quebrando,

A lágrima mostra que estou chorando,

E a taça sem bebida seca e morre.

Fcunha lima

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 17/07/2021
Reeditado em 17/07/2021
Código do texto: T7301250
Classificação de conteúdo: seguro