IV - Soneto

Penso no que fazer, mas nada faço.

Já é noite. O clima é frio. O céu - escuro.

Na noite de hoje apenas conjecturo

E fito as finas nuvens pelo espaço.

Me afasto da janela — um breve passo —

E torno-me a pensar sobre o futuro.

Três folhas tomo e um verso ali costuro,

Das três, porém, que tomo, as três amasso.

Em nada mais eu penso. A ideia é escassa.

E após muito pensar e um dia extenso

Só sei que um pensamento só me enlaça:

É que, do amor, à ordem estou propenso:

Pois em tudo o que penso ela passa.

E em tudo o que faço nela penso.

Agosto 2020

Lucas Pereira Galo
Enviado por Lucas Pereira Galo em 17/07/2021
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