IV - Soneto
Penso no que fazer, mas nada faço.
Já é noite. O clima é frio. O céu - escuro.
Na noite de hoje apenas conjecturo
E fito as finas nuvens pelo espaço.
Me afasto da janela — um breve passo —
E torno-me a pensar sobre o futuro.
Três folhas tomo e um verso ali costuro,
Das três, porém, que tomo, as três amasso.
Em nada mais eu penso. A ideia é escassa.
E após muito pensar e um dia extenso
Só sei que um pensamento só me enlaça:
É que, do amor, à ordem estou propenso:
Pois em tudo o que penso ela passa.
E em tudo o que faço nela penso.
Agosto 2020