SOLITÁRIO SEM MINHA GATA

Pequeno rancho, cuja cobertura,

Só há sapés e folhas de cipós,

Foi o que deixei com tanta amargura,

Por juntos ali vivermos tão sós.

Quinze anos de paz e alegria pura

Pois cedo me acordava com sua voz

Pra tomar banho e enfrentar luta dura

No meu trabalho, o pesado algoz.

Enquanto eu fazia o meu café,

Ela se alisava em minhas pernas

Com algumas mordidas no meu pé.

Para nós, dias e vidas eternas,

Tal conforme eu cri em minha fé,

Restou-me o sol sem a luz nas cavernas.