No fio da navalha c/ interação de fcunha lima ANTOLOGIA REVIVALISTA 2021

O tempo agora expõe velhas feridas

abertas na peleja, a vida inteira.

Um vendaval que assola nossas vidas,

da insanidade, já chegando à beira.

São dias tensos, noites mal dormidas,

nenhum motivo para brincadeira.

Sem riso, as faces sempre entristecidas,

vivemos numa angústia verdadeira...

Sobreviver ao medo, que ameaça

o mundo todo numa atroz desgraça,

é golpe quase que de sorte pura.

Viver tornou-se um grande desafio,

desta navalha andamos sobre o fio,

beirando sempre as raias da loucura.

Honrosa interação do grande sonetista e amigo Xará Cunha Lima.

18/07/21 00:02 - fcunha lima

Contracenando com o mestre Belino.

FERIDA ABERTA

-

Igual ao ferimento da adaga,

O corpo sangra, a alma anemiada,

Tem palidez na face deslavada,

Lívidas são as mãos que lhe afaga.

O pálido espírito em sua saga,

Esconde-se sob a pele desmaiada,

No adro principal da fria estrada,

Caminho aberto pela imensa chaga.

Nada pior que a ferida aberta,

Que por menor que seja, ou mais discreta,

Dói muito mais que qualquer dor do mundo.

A dor da alma ao corpo se refere

É bem maior de tudo que se espere,

Rasgo que vem do golpe mais profundo.

fernando cunha lima- jampa.

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 15/07/2021
Reeditado em 03/09/2022
Código do texto: T7300123
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.