A ESTÓRIA SE REPETE
Lendo aqui a versão do Herculano,
Da lenda da cigarra e da formiga,
Famosa fábula, já muito antiga,
No entanto se renova a cada ano.
Às vezes no nosso cotidiano.
Pode ser com uma pessoa amiga,
Acontece a lenda da formiga
Com seu pai, com sua mãe, com seu mano.
Acontece e ela nem sequer se liga,
A não ser que alguém de fora lhe diga,
Pois não lhe causa nenhum prejuízo.
Não quero aqui fazer nenhuma intriga,
Até porque, comigo aconteceu,
Com estes dois filhos que Deus me deu. *
*(Um é músico e o outro é professor)
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A FORMIGA E A CIGARRA
Escrava do trabalho, a formiga
Não tem um só minuto de lazer.
Trabalha do plantio ao florescer,
Até quase prostrar-se de fadiga.
Quem conheceu a fábula antiga,
Que fala da formiga e da cigarra,
(Quando o labor venceu a algazarra),
Pensa: quem não trabalha, Deus castiga!
Pois eu vos digo, sem constrangimento,
Que há um escorregão de entendimento
Sobre a cigarra e sua cantoria.
Cantar é ter um dom da natureza:
O som que a cigarra, com certeza,
Jamais há de perder a autoria.
Herculano Alencar