Sem título

Às vezes, já cansado, sinto o vento

Dos versos que vieram desmembrados,

Recolho os pedacinhos rechaçados,

Registro, intensamente, o pensamento.

Não sei se neste ciclo nevoento

Terei mantido aqueles declamados,

Mas sinto que algum dia recordados

Serão parte de mim no sentimento.

Com a vitória deste inverno escuro,

Levava à mente escritos sem futuro,

Não vinha, desde outubro, a inspiração.

E agora, dentro em mim, a poesia,

Qual brasa antiga que no peito ardia,

Deságua em cada indício de emoção.

Gabriel Zanon Garcia
Enviado por Gabriel Zanon Garcia em 11/07/2021
Código do texto: T7296982
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