Soneto de terça-feira
Terça, mas finjo lá fim de semana...
Amanhã eu não sei se estarei vivo
Surpresas tantas vivem nos motivos,
Pirraça eu faço, assim, por quem me ama!
Quem dera o amor se fosse de uma dama!
Aquela que me arranca o choro e o riso.
Mas eis que sou eu mesmo o ser preciso
Que por saudade sente, vive e chama.
Há passos no relógio, este implacável.
O tempo não perdoa, escorre escasso
E incansável nos petisca a vida.
Que seja terça: mais um dia amável!
Presente dado, como um bom abraço,
Nesta jornada linda, só de ida...