A coroa
Quando quebrada nossa fiel armadura
E com a espada já não tão afiada
Nosso escudo ao chão, a valente armada
Diante a coroa, o dragão da amargura
Palácios cinzas, nossa vida assombrada
Nossos guerreiros mortos, sem ter ternura
O piso sujo, a sala negra e escura
Estátuas silenciadas na madrugada
Próprio é o tempo, coroa que constrói
Novos palácios, reis e bravos guerreiros
Ditadores, o vírus que nos destrói
Quando deixamos de crer, ser verdadeiros
Os corpos morrem, a semente corrói
Não mais teremos os nossos herdeiros...