SONETO DO DESAPEGO
gosto das coisas quando nelas
há a prova de que a cor desbota
o metal entorta
o verniz esfarela
gosto das coisas quando vejo
o fim iminente
o brilho ausente
a opacidade que tanto vicejo
para que não haja apego
para desespero
do coração
para que tudo flua
como chuva na rua
contramão