SOBRE O PAPEL

Na brancura do papel, derramei-me sóbrio,
“Pintei de mim” as letras e, elas, “pintaram-me”.
Fiéis, elas nunca me jogaram ao opróbrio,
Mas disseram meu eu aos que abraçaram-me.

Deixei marcas de lágrimas,
Também sorrisos fartos;
“Pedras” tornaram-se “magmas”,
Após inúmeros “partos”.

O papel coloriu-se de mim,
E então surgiu enfim,
Algum não disfarçado de sim.

Esse eu-lírico é "humano"!
Ora santo ora profano,
Mas sempre um “mano”.
                               Ênio Azevedo


 
Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 01/07/2021
Reeditado em 01/07/2021
Código do texto: T7290626
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