SOBRE O PAPEL
Na brancura do papel, derramei-me sóbrio,
“Pintei de mim” as letras e, elas, “pintaram-me”.
Fiéis, elas nunca me jogaram ao opróbrio,
Mas disseram meu eu aos que abraçaram-me.
Deixei marcas de lágrimas,
Também sorrisos fartos;
“Pedras” tornaram-se “magmas”,
Após inúmeros “partos”.
O papel coloriu-se de mim,
E então surgiu enfim,
Algum não disfarçado de sim.
Esse eu-lírico é "humano"!
Ora santo ora profano,
Mas sempre um “mano”.
Ênio Azevedo
Na brancura do papel, derramei-me sóbrio,
“Pintei de mim” as letras e, elas, “pintaram-me”.
Fiéis, elas nunca me jogaram ao opróbrio,
Mas disseram meu eu aos que abraçaram-me.
Deixei marcas de lágrimas,
Também sorrisos fartos;
“Pedras” tornaram-se “magmas”,
Após inúmeros “partos”.
O papel coloriu-se de mim,
E então surgiu enfim,
Algum não disfarçado de sim.
Esse eu-lírico é "humano"!
Ora santo ora profano,
Mas sempre um “mano”.
Ênio Azevedo