Soneto apressado

Hoje sou o ontem, o ontem passado,

o amanhã sou eu hoje, futurando

o depois, já de mim, se aproximando

e a tarde, agora, é o cedo avançado.

Agonia de um tempo trasloucado,

o hoje no amanhã se transfomando

com o Sol, ligeiro, mergulhando,

pra Lua ver o meu hoje passado.

O amanhã é, do hoje, o futuro,

o ontem ficou em cima do muro

para ver se o futuro lhe interessa.

Assim, o tempo não para de correr

atrás de quem, bem devagar quer viver,

ou de quem vive pra morrer de pressa.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 29/06/2021
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