Meu Último Soneto
O pranto se desaba enquanto afundo
Em chuvas infernais de várias cores...
O céu anuviado e cor de chumbo
Propaga a solidão por onde fores...
Nos olhos ressecados há ciência
Do peito que bombeia atroz saudade...
Um cérebro veloz que nunca pensa
Morrendo sufocado sem maldade...
E vive sem viver quem nunca ama
No vórtice vital da raça humana
Que ataca o coração que já não pulsa...
Morrendo sem morrer o meu soneto
Caindo no Recanto frio e seco
Bem onde a sensação de caos convulsa.