Soneto em Andarilho
Roubaste a minha inspiração,
e eu feito cigano, vivendo em andarilho,
procurando, vestígios de emoção
ou destroçando tristezas e solidão que compartilho.
Houve um tempo que se chamava ilusão,
hoje, a escassez dessa fonte inspiradora,
é mais latente e vivaz e goteja em prantos o coração,
por distanciar-me, da tua beleza protetora.
Torno-me, desconcertado em versos doentes,
com as chagas de um amor em cicatriz,
ah se pudéssemos ser feito elos envolventes,
Relembrando o tempo que eu era feliz;
só assim restaria a verdadeira lembrança,
Dos momentos e dos versos de criança.
Rio, 26 de Junho de 2021.