*Fé*
Jamais maldisse a minha própria sorte,
Sequer a dor que vinca a tez, o rosto,
O pranto que, por conta do desgosto,
Turvou-me os olhos, sim, tirou-me o norte.
Nem pensem que difamo a vida, a morte,
Ainda que o penar eu tenha exposto
Nos versos que escrevi que, por suposto,
à mágoa, em muitos deles, me reporte.
A vida é mar revolto que se escuma
Em vagas que se estouram, uma a uma,
Na praia, maculada em seu alvor.
A cada desencanto, a cada agrura
A fé que em mim carrego se depura,
Sou grata, sempre grata, ao Criador.
Edir Pina de Barros
Academia Brasileira de Sonetistas
ABRASSO – Cadeira 6 – Cecília Meireles
Ao rugido medonho da tormenta
Que a alma nos esmaga, nos trucida,
Não pensem que maldigo a triste vida
Nem o sopro de Deus que ora me alenta.
(Josephina Álvares de Azevedo – 1851 – 1913)
Que a alma nos esmaga, nos trucida,
Não pensem que maldigo a triste vida
Nem o sopro de Deus que ora me alenta.
(Josephina Álvares de Azevedo – 1851 – 1913)
Jamais maldisse a minha própria sorte,
Sequer a dor que vinca a tez, o rosto,
O pranto que, por conta do desgosto,
Turvou-me os olhos, sim, tirou-me o norte.
Nem pensem que difamo a vida, a morte,
Ainda que o penar eu tenha exposto
Nos versos que escrevi que, por suposto,
à mágoa, em muitos deles, me reporte.
A vida é mar revolto que se escuma
Em vagas que se estouram, uma a uma,
Na praia, maculada em seu alvor.
A cada desencanto, a cada agrura
A fé que em mim carrego se depura,
Sou grata, sempre grata, ao Criador.
Edir Pina de Barros
Academia Brasileira de Sonetistas
ABRASSO – Cadeira 6 – Cecília Meireles