A LANÇA
As amarguras tecem o universo
que prende pensamentos erradios
e, quando se propagam calafrios,
sozinho, entre as estrelas me disperso.
Na imensidão repleta de vazios,
o aroma de dulçor bafeja e, imerso
em desconsolo, sigo ardor perverso,
na direção de tantos desvarios...
O coração parece que flutua:
acalmo pulsações, encontro a lua,
parceira na magia dos idílios.
A lança me traspassa, dilacera,
separa em cacos esta vã quimera,
encharca novamente os pobres cílios.