O anticristo
Alegra-te de mim quando ao teu lado,
E entende: a concorrência me perdoa.
Ainda que a verdade dura doa
Não é maior a dor de um enganado?
De não ter coração tem me acusado
Com uma intrepidez que me atordoa,
E como não sorrir se não enjoa
De quem te fez assim tão maltratado?
Perdoa-me, portanto, o imprevisto
Se um dia me encontrar com Buda ou Cristo...
Eles não me recebem com tal pasmo!
Esforça-te de novo, meu querido,
Se quer mais um sussurro em teu ouvido:
Amor, troco nirvanas por orgasmos.