O FOGO DA TARDE
A tarde entregue às mãos do silencio
A lenha se abrasa na lareira, infrene
O fogo tem muita pressa, avança, arde
A madeira submissa, apenas geme!
Ao se consumirem, acalentam toda a sala
Tornando meu espírito mais amolecido
Despertando-me um sentimento afetuoso
Em mim, há tanto tempo amortecido
Que feliz regresso, que momento lindo!
Que paz, que brilho, nesta aura sublime
No aconchego, descobru-me, a sós comigo!
Sob o rugir do fogo lento e seus estalidos,
Pensei nas mulheres que creio ter amado
Como nas que pensava haver esquecido!