O FOGO DA TARDE

A tarde entregue às mãos do silencio

A lenha se abrasa na lareira, infrene

O fogo tem muita pressa, avança, arde

A madeira submissa, apenas geme!

Ao se consumirem, acalentam toda a sala

Tornando meu espírito mais amolecido

Despertando-me um sentimento afetuoso

Em mim, há tanto tempo amortecido

Que feliz regresso, que momento lindo!

Que paz, que brilho, nesta aura sublime

No aconchego, descobru-me, a sós comigo!

Sob o rugir do fogo lento e seus estalidos,

Pensei nas mulheres que creio ter amado

Como nas que pensava haver esquecido!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 23/06/2021
Reeditado em 01/11/2022
Código do texto: T7284978
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