Olhar triste
Se o sorrir de uns olhos baços e tristes
Morde vosso ardor, vosso desejar
Na alma, sem fantasias a bailar
Que ora se apaguem as mágoas e os chistes.
E se meu olhar ledo vós sempre vistes
Seria esta minh’ alma afeita a mangar
Tentando, de vós, a dor ocultar
Mas vós, meu senhor, cedo o descobristes.
De alma e olhar juntos, plenos de alegria
Coração feliz catando prazer
Bendigo a sorte de tal alquimia.
Desta ventura é mester beber
Ambos pintados de cor fantasia
Até que a morte decida vencer.
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In “Muita Poesia e Pouca Prosa”