A última canção
Quando minha última canção for cantada,
As cordas de minha lira houver rompido
E meu cadáver, da pneuma desprovido,
Qual uma oca casca retornar ao nada,
Que gire a Terra em seu eixo, arrebatada!
Mais ainda, até, do que quando hei vivido,
Que o gorjeio dos pássaros seja ouvido,
E resplandeça o Sol com força redobrada!
Não venham, meus caros amigos, a chorar,
Arruinando os encantos deste belo dia
Com deprimentes demonstrações de pesar –
Pois de tal dia aproveito a alegria
Para, como um legado, meu canto deixar
Ao mundo inteiro que o entoe em harmonia!