Bodhichitta &
Seis Perfeições
- ou Paramitas –
Diz meu venerável Mestre Mahayana
Revelando o fim desta jornada humana
Ao nascer o Buda em cada coração!
Seu formoso berço é a Grande Compaixão
Onde a bodhichitta reina soberana
Não só para si em busca do nirvana
Mas p’ra todo aquele imerso em aflição!
Essa compaixão no início aspirativa
Já no bodhisattva, cada vez mais viva,
Irradia a luz do Universal Amor,
Despertando nele a búdica semente
E o poder imenso que ela traz latente
De ofertar ao mundo a redenção da dor!
Como as demais, buscando a perfeição,
Na bodhichitta estando motivada
E assim levando à iluminação!
O benefício que nessa jornada
O dar nos traz em toda doação
É justamente abrir a mão fechada
Que guarda a chave de nossa prisão!
Podemos dar também a luz do Dharma
Trazendo alívio ao pesado Carma
Que o nosso passo agarra – justiceiro!
Podemos dar ainda destemor
Aonde quer que o medo traga dor
Levando o bem da Paz ao mundo inteiro!
A abstenção, requer, de não virtude,
Em nossa fronte pondo augusto lema!
Mas para usar tão nobre diadema
De modo tal que a nossa vida mude
Urge estancar toda tendência rude
Ainda que, à morte, o velho ego trema!
E prometendo, então, essa mudança
Dentro de nós buscamos a aliança
Do Ser maior que em nosso peito habita!
Do Buda amado as bênçãos imploramos
P'ra no lugar dos vícios que deixamos
Pôr o esplendor da santa bodhichitta!
De qualquer modo a quem nos ofender
A paciência em nós irá crescer
A fim de a raiva logo dominar!
Mas quem se ofende e quer contra-atacar
É o autoapreço e isso é bom saber
P’ra pôr abaixo esse fatal poder
Que ele exerce em nosso caminhar.
O sofrimento que a raiva cria
Torna o planeta o palco da agonia
Onde sangramos pela própria mão!
Que a paciência, então, seja o oponente
Que a raiva extirpe imediatamente
De nossa fala, mente e coração!
Na bodhichitta tendo seu sustento
Será, bem mais que o esforço de um momento,
De outras virtudes – berço afortunado!
Por sua vez na fé sendo embasado
É tal esforço mágico fermento
E armadura contra o desalento
Na direção daquilo que é buscado!
Se o praticante, enquanto indo à frente,
Vê na preguiça o férreo oponente
Que em sua busca sempre se depara,
Há de vencer aquele mal tremendo
Que em muitas vidas veio nos mantendo
Os pés no lodo fundo do Samsara!
Num objeto livre de autoapreço
Quão virtuoso, então, será o começo
Dessa jornada em céus iluminados!
Então, serenos e estabilizados
Em nossa mente sem nenhum tropeço
E a persistência por heroico preço,
Sublimes feitos vão ser alcançados!
Vasta memória... obras excelentes...
Muitos poderes hoje em nós latentes
Sem muito esforço então despertarão
Para ajudar, na Senda Mahayana,
Da bodhichitta – o vasto amor que emana
Levar os outros à iluminação!
Ao seu destino sem a mão de um guia,
Sem a perfeição da sabedoria
As demais cinco não vão funcionar!"
Pois tal virtude faz-nos colocar
O que é obscuro à plena luz do dia,
Daí sabendo aquilo que atrofia
E o que auxilia o nosso caminhar!
Eis a importância do discernimento
Ao praticante dando olhar atento
Às seduções fatídicas de Mara,
Que ao acenar de fátuas alegrias
Nos serve mel em taça de agonias
Nesta prisão sem grades do Samsara!
Seis Perfeições
- ou Paramitas –
Bodhichitta
Walter S. Barbosa
“Bodhichitta é a mente de iluminação”Walter S. Barbosa
Diz meu venerável Mestre Mahayana
Revelando o fim desta jornada humana
Ao nascer o Buda em cada coração!
Seu formoso berço é a Grande Compaixão
Onde a bodhichitta reina soberana
Não só para si em busca do nirvana
Mas p’ra todo aquele imerso em aflição!
Essa compaixão no início aspirativa
Já no bodhisattva, cada vez mais viva,
Irradia a luz do Universal Amor,
Despertando nele a búdica semente
E o poder imenso que ela traz latente
De ofertar ao mundo a redenção da dor!
I) A Perfeição de Dar
Walter S. Barbosa
A perfeição de dar é assim chamadaWalter S. Barbosa
Como as demais, buscando a perfeição,
Na bodhichitta estando motivada
E assim levando à iluminação!
O benefício que nessa jornada
O dar nos traz em toda doação
É justamente abrir a mão fechada
Que guarda a chave de nossa prisão!
Podemos dar também a luz do Dharma
Trazendo alívio ao pesado Carma
Que o nosso passo agarra – justiceiro!
Podemos dar ainda destemor
Aonde quer que o medo traga dor
Levando o bem da Paz ao mundo inteiro!
II) A Perfeição da Disciplina Moral
Walter S. Barbosa
Este conceito de moral suprema
Da disciplina, em toda plenitude,Walter S. Barbosa
Este conceito de moral suprema
A abstenção, requer, de não virtude,
Em nossa fronte pondo augusto lema!
Mas para usar tão nobre diadema
De modo tal que a nossa vida mude
Urge estancar toda tendência rude
Ainda que, à morte, o velho ego trema!
E prometendo, então, essa mudança
Dentro de nós buscamos a aliança
Do Ser maior que em nosso peito habita!
Do Buda amado as bênçãos imploramos
P'ra no lugar dos vícios que deixamos
Pôr o esplendor da santa bodhichitta!
III) A Perfeição da Paciência
Walter S. Barbosa
Se decidimos não retaliarWalter S. Barbosa
De qualquer modo a quem nos ofender
A paciência em nós irá crescer
A fim de a raiva logo dominar!
Mas quem se ofende e quer contra-atacar
É o autoapreço e isso é bom saber
P’ra pôr abaixo esse fatal poder
Que ele exerce em nosso caminhar.
O sofrimento que a raiva cria
Torna o planeta o palco da agonia
Onde sangramos pela própria mão!
Que a paciência, então, seja o oponente
Que a raiva extirpe imediatamente
De nossa fala, mente e coração!
IV) A Perfeição de Esforço
Walter S. Barbosa
Qualquer esforço quando praticadoWalter S. Barbosa
Na bodhichitta tendo seu sustento
Será, bem mais que o esforço de um momento,
De outras virtudes – berço afortunado!
Por sua vez na fé sendo embasado
É tal esforço mágico fermento
E armadura contra o desalento
Na direção daquilo que é buscado!
Se o praticante, enquanto indo à frente,
Vê na preguiça o férreo oponente
Que em sua busca sempre se depara,
Há de vencer aquele mal tremendo
Que em muitas vidas veio nos mantendo
Os pés no lodo fundo do Samsara!
V) A Perfeição da Concentração
Walter S. Barbosa
Se, meditando, estamos concentradosWalter S. Barbosa
Num objeto livre de autoapreço
Quão virtuoso, então, será o começo
Dessa jornada em céus iluminados!
Então, serenos e estabilizados
Em nossa mente sem nenhum tropeço
E a persistência por heroico preço,
Sublimes feitos vão ser alcançados!
Vasta memória... obras excelentes...
Muitos poderes hoje em nós latentes
Sem muito esforço então despertarão
Para ajudar, na Senda Mahayana,
Da bodhichitta – o vasto amor que emana
Levar os outros à iluminação!
VI) A Perfeição da Sabedoria
Walter S. Barbosa
“Tal como um cego não irá chegarWalter S. Barbosa
Ao seu destino sem a mão de um guia,
Sem a perfeição da sabedoria
As demais cinco não vão funcionar!"
Pois tal virtude faz-nos colocar
O que é obscuro à plena luz do dia,
Daí sabendo aquilo que atrofia
E o que auxilia o nosso caminhar!
Eis a importância do discernimento
Ao praticante dando olhar atento
Às seduções fatídicas de Mara,
Que ao acenar de fátuas alegrias
Nos serve mel em taça de agonias
Nesta prisão sem grades do Samsara!