SONETO ESTRAMBÓTICO
O que não aprendi, não prego e não ensino,
não ensino e nem prego o que não aprendi
aqui eu não rezo e nem toco o sino
no sino, o badalo, eu vejo daqui.
Perdi o caminho que leva ao divino,
albino ou escuro, na côr vou agir,
seguir pelo norte, o sul não é aqui
aqui não é o sul, onde é não ensino.
Afino as cordas sem o diapasão,
sem diapasão as cordas afino,
divino é o som do meu violão.
Bordão do poeta, do verso rimado...
Findado o poema é grande a emoção,
em canção, depois ele é transformado
afinado igual é o meu senão.
Canção do poeta é filha da arte,
com ele reparte sua aptidão.
Josérobertopalácio