Soneto Heideggeriano
À noite, enquanto, alta, a Lua chora
suas desventuras sobre a terra impura,
vê-se lá longe uma triste figura
silenciosamente indo embora.
Talvez a ele tenha chegado a hora
de se lançar a uma nova aventura,
talvez seja um filósofo à procura
de uma resposta jamais alcançada.
Vai-se o sujeito, leva um livro à mão,
talvez um Heidegger na escuridão,
enigmático, a se consumir,
e encontra além outra figura alada,
tentando no existir ser encontrada
e se perdendo fora do existir.