Pássaro ferido
V iver assim, no inverno da esperança,
I ndiferente à vida, que declina,
D esencantada, alheia à própria sina,
A pós amar sem pejo, igual criança.
F erida, feito um pássaro que dança,
R evoa na fumaça e se alucina,
I ntimamente só – triste menina -
A pós dias de luz, de paz, bonança.
S em asas para o voo em liberdade,
E nsaia a queda livre na saudade,
M ais triste do que o fim, que adiante a espera.
S em mais sonhar com céus opalescentes,
O u cores irisadas dos poentes,
L ogo se entrega à morte, essa pantera.
Edir Pina de Barros
Cadeira n. 6 – Cecília Meireles
Academia Brasileira de Sonestistas - ABRASSO
V iver assim, no inverno da esperança,
I ndiferente à vida, que declina,
D esencantada, alheia à própria sina,
A pós amar sem pejo, igual criança.
F erida, feito um pássaro que dança,
R evoa na fumaça e se alucina,
I ntimamente só – triste menina -
A pós dias de luz, de paz, bonança.
S em asas para o voo em liberdade,
E nsaia a queda livre na saudade,
M ais triste do que o fim, que adiante a espera.
S em mais sonhar com céus opalescentes,
O u cores irisadas dos poentes,
L ogo se entrega à morte, essa pantera.
Edir Pina de Barros
Cadeira n. 6 – Cecília Meireles
Academia Brasileira de Sonestistas - ABRASSO