Poema do Fim de Maio
Perdida, ante à voz do meu desejo,
Revelo-me assim embevecida,
Entre o tom da coragem face ao medo,
Na doçura ou nos rompantes dos segredos.
Caída, com os meus pés aventureiros;
Prostrada, fascinada de lampejos
Ante ao aurora malfadada ao sagrar-se
Ou à cor marfim da noite de olhos negros.
E assim, aventureira e constante,
Presa aos fatos árduos ou suavizantes,
Volvo a vida em tom reverberante.
Se surpresa ou inesperado atormentante,
Na minh'alma as nuances de vermelhos
Verte em calma a taça do desespero.