Decurso d'água

Flume que deságua em direção ao mar,
na orla das matilhas solitárias,
que invadem a melodia
jamais composta por nós.

Tsunami de areia que encalha
na canção dos trovadores eremitas,
a procura das verdades
recitadas em ferro e brasa.

Maremotos em dias cinzentos,
que demoram a nascer
mesmo em tição incandescente.

Dilúvio na memória levantada,
na tempestade fria dos dias
de inverno que nos esperam do lado de fora.