SEM A FANTASIA

Sinto-me só porque te vais de mim,

Despindo, do momento, a fantasia.

No peito, em desalento, a agonia

Repica o coração, qual tamborim.

Não queria ficar tão triste assim,

Num samba-enredo de desarmonia,

Na avenida, sem cor, brilho, magia.

Como a Cabrocha sem seu Arlequim.

Na dor de te ver indo, uma revolta.

Repouso no estandarte da Bandeira

Tua imagem, Nelson, teu nome gravado...

Em teus versos, que a negritude exalta,

Serei pra sempre tua Estação Primeira

E entre nós, serás, sempre lembrado.

By Nina Costa , in 29/05/2021, Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

N. A.: Soneto em homenagem ao carnavalesco Nelson Sargento da Estação primeira de Mangueira, óbito esta semana, vítima de Covid.

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 31/05/2021
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