NAVEGADOR DE INFINITOS
Qual poeta tão feliz não seria
se sua amada lhe desse, um dia,
seu arfar por lê-lo tão amoroso
revelando-lhe seu verso primoroso?
A mesma amada, já toda apaixonada,
se esconde no quarto da empregada,
por supor que sua família não aceitaria
um homem que vive a escrever poesia...
Antes de ser alguém sem nada, tem o amor,
tem a tempestade das palavras, a dor
de cada verso deitado no papel...
A amada, sentindo o suor na testa,
procura o barco que lhe oferece o poeta,
navegador de infinitos, que lhe promete o céu...