Grão
O nosso olhar almeja o belo vindo
das coisas do mistério da existência,
para coser os fios da ciência
às mãos de Deus; e – céus! – como isso é lindo!
...por cima de esgotar, vingar seguindo
(não pode haver mais límpida eloquência!)
e ter, sem pressupor poder, potência;
e ser, sem presumir viver, infindo.
Nunca se acaba procurar a vida.
Mas se esta cruza os olhos resumida,
porquanto percebê-la não sabemos,
olhemos mais profundo cada instante
como se fosse o grão mais importante...
Quantos jardins bonitos viveremos!