DESABAFO DE UM POETA
Não me venha colocar nome de praça,
Não me venha colocar nome de rua,
Pois somente quando morre é que tem graça?
Que reconhecem poeta em terra sua?...
A indiferença vivida ela é tão crua,
Esse desprezo ordinário que não passa;
Mas poeta quando morre — se atenua —
Recebe nome de rua, nome de praça!
Quem tanto amou sua terra, tanto cantou
As belezas do torrão que lhe abrigou,
Enaltecendo a grandeza que ele encerra...
Não deveria ser mais valorizado?
Mas somente quando morre é que é lembrado,
É que reconhecem o poeta em sua terra!