PRIMAVERA

À cena, posto que desvanecida,

devotava atenção plena e sincera,

na incontida ânsia de encontrar, querida!

no teu semblante a luz da primavera.

Leve sopro da noite (em despedida)

afaga a gentil fronte que revela,

numa eloquência ainda adormecida,

vestígios do teu brando sonho, oh! bela!

Num cândido sorriso então renasce

a bem-aventurança resumida

e a paz transcende enfim a linda face

que se ergue em gestos lentos à janela

onde a brisa - de orvalho arrefecida -

antes de mim, te beija, oh! primavera!

Antonio R Filho
Enviado por Antonio R Filho em 28/05/2021
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