PRIMAVERA
À cena, posto que desvanecida,
devotava atenção plena e sincera,
na incontida ânsia de encontrar, querida!
no teu semblante a luz da primavera.
Leve sopro da noite (em despedida)
afaga a gentil fronte que revela,
numa eloquência ainda adormecida,
vestígios do teu brando sonho, oh! bela!
Num cândido sorriso então renasce
a bem-aventurança resumida
e a paz transcende enfim a linda face
que se ergue em gestos lentos à janela
onde a brisa - de orvalho arrefecida -
antes de mim, te beija, oh! primavera!