MONOTONIA...
Penoso manto em pálido algodão
que, embora sem dispor de ateliê,
o tempo se encarrega de tecer
usando o estéril fio da inação.
Esse ingrato véu do hábil tecelão
que sufoca a alma sem nos aquecer
e que às vezes ficamos à mercê
não toca o corpo, e cinge o coração.
E assim, se a indiferença acumulada
se torna tédio no tear do tempo,
não se sente o prazer de outrora em nada
e tudo o que foi graça agora é enfado
e de pesar se nutre o pensamento
e estar junto não é mais desejado.