MONOTONIA...

Penoso manto em pálido algodão

que, embora sem dispor de ateliê,

o tempo se encarrega de tecer

usando o estéril fio da inação.

Esse ingrato véu do hábil tecelão

que sufoca a alma sem nos aquecer

e que às vezes ficamos à mercê

não toca o corpo, e cinge o coração.

E assim, se a indiferença acumulada

se torna tédio no tear do tempo,

não se sente o prazer de outrora em nada

e tudo o que foi graça agora é enfado

e de pesar se nutre o pensamento

e estar junto não é mais desejado.

Antonio R Filho
Enviado por Antonio R Filho em 28/05/2021
Reeditado em 28/05/2021
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