O Eu Alexandrino

 

Soneto que me escreve a vida por palavras,

Com pausa breve e longa, e sem ponto final,

Com rima pobre e rica, aguda, mas tonal,

Sem perder a cadência, assim, Tu me apalavras.

 

Versos que me compõem e que são minhas lavras,

Trazem a forma antiga e tradicional

Que me faz elegância, e não sei outro igual

Capaz de me expressar com força que escalavras

 

Aquela minha essência atrás da superfície,

Ferindo a poesia e limpando o poema.

Alma e corpo compondo este metapoema

 

Com intento rigor e ilibada mundície.

Tu, ó velho poeta, o meu grão maestrino,

Sou eu de suas mãos o verso alexandrino.