SONETO ATROZ
O adeus já não prevê saudade ou luto,
Senhora, é cedo às margens doutro ocaso
E a ausência pesa em tudo quanto escuto,
sussurro às águas turvas, dor sem prazo.
Se amar dissesse do que somos, fruto
Amargo, um dolo atroz em todo caso,
Inútil não seria o sonho bruto
Propondo algum futuro, embora o atraso.
Passamos, solidárias sombras mudas
Distantes do que em nós já foi certeza,
Após a paz de espadas vis, agudas...
Seremos cedo ou tarde a lenda viva
Duns tantos que celebram, junto a mesa
Horrenda, numa noite permissiva...
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