DOCE VENTO
Vais pensando, ó vida da qual me alenta,
se um suspiro só de mim se ergue
faz que minha vontade em si aguenta
cada golpe que recebo não me envergue.
Se vejo tua luz, na escuridão a vejo,
se acalentado sinto-me nos vergões do abismo
que estão me pondo à beira de um vil desejo,
abro mão de tudo, do meu egoísmo.
Mas se às vezes me levanto e tento,
caminhar sozinho, com meus próprios pés,
para sentir a brisa desse doce vento.
Acho que de encontro a tudo e dessas marés,
Vou rasgando o véu e sob tua eira me assento,
derramando lágrimas em teus rodapés.
(YEHORAM HABIBI)