Soneto desocupado

O sol está escaldante, está mesmo

que deixa até sovaco fedorento,

aqui não passa sequer um vento

desse jeito eu vou virar torresmo.

Ai do meu célere pensamento!

Ah, se um litro d'água eu não tomo

nem dois mais dois, sequer, eu somo

inda se apaga todo o meu talento.

Estou indo à padaria da esquina

na volta eu tomo um banho de piscina,

e, assim, todo dia o mesmo babado.

Depois do almoço tiro uma soneca,

de tanta malandragem estou careca,

Mais liso é o bolso deste aposentado.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 24/05/2021
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