Soneto desocupado
O sol está escaldante, está mesmo
que deixa até sovaco fedorento,
aqui não passa sequer um vento
desse jeito eu vou virar torresmo.
Ai do meu célere pensamento!
Ah, se um litro d'água eu não tomo
nem dois mais dois, sequer, eu somo
inda se apaga todo o meu talento.
Estou indo à padaria da esquina
na volta eu tomo um banho de piscina,
e, assim, todo dia o mesmo babado.
Depois do almoço tiro uma soneca,
de tanta malandragem estou careca,
Mais liso é o bolso deste aposentado.
Josérobertopalácio