Não Creio
Dizeis: Não creio!... E a brisa que passa, noturna,
Rescende tanto amor! Mas não o amor de um só dia
Ou um ano... Esse amor quer mais! Mesmo quando durma
O corpo... A alma desperta e, ora, vê o que não via!...
Que a morte nada tem de existência soturna,
Que é a vida real, porém a alma esquecia...
Fulge a memória para além das cinzas da urna,
De uma infinda tristeza vem ora a alegria...
E no invisível somem as vãs ilusões,
As quais nós enxergamos nos dias da vida;
E tudo, tudo, tudo, em pranto, diz amor!
E estando assim, tomado por tais emoções,
Carinhoso, declaro-me a ti, oh querida...
Mas dizeis: Não, não creio! Sois um sonhador.
(Thiago Marques)