Amerissagem
Namorar as paisagens mais que belas,
Ouvir da natureza seu gemido;
O lavrador suado, em alarido,
Arriscando as toadas mais singelas.
Absorver todo o eflúvio das estrelas
Sobre as rosas ou no ar amanhecido,
Admirar mesmo o vento desabrido
A bater incessante nas janelas.
Abraçar os alísios à tardinha,
Quando o sol se debruça e dá à vinha
E ao horizonte calmo a cor do mel,
Depois no ateliê em alto adro
Misturar tudo, sorrir; eis o quadro
Pintado com palavras no papel.