Jardim da paixão

Flor da razão que cobre o campo
das incertezas do amor estimulado
por anos sem compaixão e ternura,
deixada no muro das lamentações do tempo.

Rosa da aquarela desenhada na folha
morta de um dia cintilante, com o brilhar
manso que nasce efervescente na rasura
do caminho percorrido nas areias da vida.

Mirra perfumada no corpo sedento,
da pessoa amada nos bailes do destino,
no arrependimento da perdição sufocada.

Cravo espetado no corpo inerte da paixão,
na culpabilidade de um crime ocorrido por uma fatalidade
presente no lapso temporal da existência humana.