PARDAL
e a cada dia que chega ao fim, vejo
assim ouço o canto dos meus pardais
avoados pelos ventos do meu lugarejo
e sentindo a maresia dos litorais;
sigo olhando para o alto, para o céu
chafurdando a vida de contentamento
me percebo, me aceito, retiro o véu
que as vistas deixara em embaçamento;
foi sempre assim, de sonho em sonho
é sempre assim, da inevitável realidade
que meu coração se faz risonho
da própria e singela mediocridade;
a felicidade que ainda me resta é saber
que dessa sina, sou o pardal de verdade!