CASA DE OURO

O pensar debruçado no tesouro,

valores que o mundo vive e ama,

mas ao chegar diante da casa de ouro,

mãos vazias, denunciam a errada gama.

Uma alma preguiçosa e pobre

sem o corpo que cobriu de ouro

e que agora a terra encobre

de nada serve o seu tesouro.

Guardo então no invisível,

valores que empregnam n'alma

e por onde eu for será visível.

Tal tesouro é abstrato,

mas enquanto o mundo se esbalda,

com tal tesouro, minh'alma, eu trato.

Ênio Azevedo

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 19/05/2021
Código do texto: T7259239
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