O VOO DA ESPERANÇA

-De boas novas sou merecedor!

Clama o poeta em desafio aos fatos,

que se acumulam em perversos atos.

Loucura e ira, semeando dor.

Não bastam versos, punhais inexatos

Ante o príncipe do avernal calor.

Algoz da vida, cruel ceifador.

Fiel à morte, companheiro inato.

Erguendo enganos como a sabiá,

o bem-te-vi remete ao que não há.

Sonhos são qual aves em migração!

Quisera eu, louvar a esperança.

Mas outro poeta, sábio, afiança...

Não serão flores a vencer canhão.

* interagindo ao soneto “Boas novas” de Fernando Belino.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 17/05/2021
Reeditado em 04/06/2021
Código do texto: T7257435
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