O VOO DA ESPERANÇA
-De boas novas sou merecedor!
Clama o poeta em desafio aos fatos,
que se acumulam em perversos atos.
Loucura e ira, semeando dor.
Não bastam versos, punhais inexatos
Ante o príncipe do avernal calor.
Algoz da vida, cruel ceifador.
Fiel à morte, companheiro inato.
Erguendo enganos como a sabiá,
o bem-te-vi remete ao que não há.
Sonhos são qual aves em migração!
Quisera eu, louvar a esperança.
Mas outro poeta, sábio, afiança...
Não serão flores a vencer canhão.
* interagindo ao soneto “Boas novas” de Fernando Belino.