Fim

Quanta vez na sublime sedução

Tu me prendeste com tua beleza.

E qualquer sentimento de ilusão

Se desfazia numa vã certeza.

Porém, em minha cabeça hoje pesa

Que o belo é útil, mas também é vão;

Não nos traz à alma nenhuma riqueza,

Só aguça os sentidos na emoção.

E no calor humano olente e belo

Nos perdemos; fazemos desse misto

O centro único desse ardil desvelo.

Pra depois contemplarmos com queixume

A sorte inexorável, que hoje assisto

Teu corpo enregelado, sem perfume.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 16/05/2021
Código do texto: T7256774
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