Fim
Quanta vez na sublime sedução
Tu me prendeste com tua beleza.
E qualquer sentimento de ilusão
Se desfazia numa vã certeza.
Porém, em minha cabeça hoje pesa
Que o belo é útil, mas também é vão;
Não nos traz à alma nenhuma riqueza,
Só aguça os sentidos na emoção.
E no calor humano olente e belo
Nos perdemos; fazemos desse misto
O centro único desse ardil desvelo.
Pra depois contemplarmos com queixume
A sorte inexorável, que hoje assisto
Teu corpo enregelado, sem perfume.