Cotidiano
Faço tudo como a música de Chico Buarque
Do mesmo jeito que sempre foi
Nas feridas jogam mais sal que em charque
A chave da felicidade se corrói
Anseio compartilhar, trivialidades contar
Vou me perdendo de mim e do amor
Por vezes sinto até que preciso gritar
Vou driblando cada ponto novo de dor
Parto direto ao precipício, vivendo em minha ilusão
Cada gesto gera em contrapartida tantos silêncios
Percebo mais e mais a distância e acolho a solidão
Justifico as estranhezas como sandices
De outras formas prencho os vazios
Pego-me acreditando, de novo, nas mesmas tolices