Para Anna Karenina
Não condeno de antemão sua conduta.
Tenho por você grande compaixão,
Foi intensa tal qual um furacão
Que quando se contraria mais se avulta.
Mas não percebe a própria transgressão!
À todos transfere a culpa que a insulta:
O marido, o filho... Entra em disputa
Com quem não comunga essa sua ilusão.
Falta-lhe, antes de amor, caridade.
Falta-lhe razão, antes de liberdade.
Falta saber onde pisa o seu sapato.
Não peca por excesso; mas, ausência.
Agiu como tola, faltou prudência,
E a todos machucou. Isto é um fato.