Para Anna Karenina

Não condeno de antemão sua conduta.

Tenho por você grande compaixão,

Foi intensa tal qual um furacão

Que quando se contraria mais se avulta.

Mas não percebe a própria transgressão!

À todos transfere a culpa que a insulta:

O marido, o filho... Entra em disputa

Com quem não comunga essa sua ilusão.

Falta-lhe, antes de amor, caridade.

Falta-lhe razão, antes de liberdade.

Falta saber onde pisa o seu sapato.

Não peca por excesso; mas, ausência.

Agiu como tola, faltou prudência,

E a todos machucou. Isto é um fato.

Anne Negreiros
Enviado por Anne Negreiros em 13/05/2021
Reeditado em 13/05/2021
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