OS ANJINHOS DO JARDIM

CAPÍTULO I – DE VOLTA A CASA PATERNA

Estamos na casa que nossos pais nos deixaram de herança.

Ela é grande, confortável e muito bem arejada por sinal.

Em cada cômodo ou espaço me traz recordações de criança.

Lembra, meu irmão, naquele canto armava a árvore de natal!...

Como está o nosso quarto? Será que continua arrumado?

Mamãe era muito caprichosa e o meu pai zeloso com o lar.

Cuidavam da moradia sozinhos, não tinha se quer empregado.

Não era por falta de condição e sim pelo fato de privacidade amar.

Tanto o quarto do maninho e o meus estão divinamente cuidados.

Parece até que morávamos aqui. Todavia só vínhamos para visita.

Voltamos a morar no Brasil para cuidar dos bens por eles deixados.

Meus pais morreram num acidente automobilístico. Vou resumir.

Ao volante, o pai enfartou, batendo o carro num poste. Maldita

Tarde! Mamãe estava com ele. Foi fatalidade, tenho que admitir.

CAPÍTULO II – O LOCAL EM QUE MORAMOS

No terreiro atrás da casa há várias árvores com frutos docinhos.

Também existe uma lavanderia simples, porém bastante espaçosa.

A frente da casa há canteiros de flores e duas estátuas de anjinhos.

O jardim atrai olhares de transeuntes e assim a casa fica famosa.

Em nosso passeio havia um banco revestido de coloridos azulejos.

Pra variar um pouco, meus pais sentava nele para ver o movimento.

Da rua. Á noite, os namorados ali papeavam entre trocas de beijos.

O muro da casa não era pichado e possuía um ótimo acabamento.

A rua era asfaltada, sem muito tráfego e com uma boa iluminação.

Há dois pequenos quarteirões acima, tinha um centro comercial.

O ônibus passava na porta. Aliás perto dali havia ponto de lotação.

Vizinhos gentis e atenciosos. Região valorizada e muito tranquila.

Acho que viver aqui não será ruim, pelo contrário, será bem legal.

Vem cá, irmã!... Como não atender aquele de quem eu sou pupila!

CAPÍTULO III – O LIVRO DE SÃO CIPRIANO

O que foi, irmão! Encontrei o álbum da família aqui na biblioteca.

Estava dentro da gaveta da escrivaninha onde está o computador.

Os dois viam o álbum tecendo comentários. A gente era sapeca.

Olha a nossa carinha de criança arteira e sem algum tipo de pudor.

Só quando nós dormíamos é que nossos os pais tinham sossego.

Só o olhar de censura e amor deles a nós, já nos punha na linha.

Veja, é a última foto dos dois! Percebe-se muito amor e chamego.

Que livro é esse na foto de nossos pais e que está na escrivaninha?

Jamais vi na minha vida tal compêndio esquisito em nossa estante.

Não lembro de ver nossos pais lendo tal obra. Mana, também não.

Vamos vê-lo, se ele foi comprado é porque deve ser interessante.

Irmão, liga o computador e digita no google: Livro de São Cipriano.

A internet diz que esse livro é de magia, tanto branca como do cão.

Magia do cão? Magia negra! Cão aqui é diabo. Cruz credo, mano!

CAPÍTULO IV – OUTRO LIVRO DESCONHECIDO

O livro foi recém comprado. Tem até a etiqueta com seu valor.

Por que nossos pais estariam interessados neste tipo de leitura?

Não é para fazer nenhum tipo de maldade, tenho certeza. Só se for

Fazer o bem. Mas com magia? Isso não é sensato e sim loucura!

Um cristão faz o bem através da caridade, da atenção, da empatia.

Buscar o sobrenatural visando o bem foge e muito dessa realidade.

Guardo o livro na estante. Há um outro que a gente não conhecia.

A chave de São Salomão. Novíssimo. Trata sim de quê na verdade?

Recorro de novo a internet em busca de uma precisa informação.

Mano do céu! O que eu encontrei me deixou bastante encafifada.

Mesmo teor do São Cipriano tem o livro A chave de São Salomão.

Os nossos pais jamais falaram conosco sobre tão místico tema.

O que nós sabemos de pós-morte nos foi pela bíblia ensinada.

Ler tais livros acho bem estranho. Estamos diante de um dilema.

CAPÍTULO V – NOZINHOS CEREBRAIS

Quem sugeriu aos nossos pais esse tipo de livro? Por que o Fez?

Papai e mamãe adoravam ler. Possuíam um gosto muito eclético.

Se os livros foram indicados apenas para leitura, legal. Por sua vez,

Meu medo é ter maldade por detrás disso. Não é nada profético.

É meu irmão! Vamos ter que conversar com os nossos vizinhos.

Quem sabe nos darão uma pista ou esclarecerão para nós tudo.

Devolvamos os livros à estante. Minha mente está dando nozinhos

De tanto questionar e não obter resposta ao já citado conteúdo.

Chega! Vamos tomar banho, jantar e prepararmos para dormir.

Amanhã vamos atrás de respostas aos nossos questionamentos.

Mana, ficarei com a última foto de nossos pais. Não vá divergir.

Vamos cuidar da vida como lhe falei. Vá logo o seu banho tomar.

Depois tomarei o meu. Enquanto faço a janta, os procedimentos

De pôr a mesa, fazer o suco é por sua conta. Beleza, pode deixar.

CAPÍTULO VI – SONHOS HORRÍVEIS

Os órfãos foram dormir. Eles tiveram o dia bastante exausto.

Esperavam ter um sonho pra lá de sereno, lindo e reparador.

Em sono profundo, a jovem órfã sonha com o doutor Fausto.

O médico trazia um pequeno caderno. A capa era de rosa cor.

O caderno servia para anotações. Continha letra da mãe da órfã.

Nele era escrito técnicas de necromancia, de chamar os mortos.

Doutor Fausto se transforma na mãe da moça e com grande afã

Diz: Filha, queime os livros, saia depressa dos caminhos tortos.

No outro quarto, o irmão dela sonha que está sendo devorado

Pelos dois livros. Estes chegam até arrotar durante a degustação.

De boca cheia dizem: ligue para meia, meia, meia, seu enjoado.

São Cipriano e A chave de Salomão se sentem empanturrados.

No estômago deles os pais do jovem choram. É de doer o coração.

Os jovens acordam ofegantes. Estão com seus corpos ensopados.

CAPÍTULO VII – ASSUSTADOS

Você também veio para sala! Será por mesmo motivo que o meu?

Pela sua cara acho que sim, mana: terrível sonho com nossos pais.

Sim! Era tão medonho e igualmente real que o pavor me acolheu.

Levantei-me da cama, benzi-me e não quis ficar no quarto mais.

Mano, o geriatra de nossos pais é dr. Fausto? Não, é doutor Tomás.

Conhece algum dr. Fausto? Sim, ele é um personagem do Goethe,

Escritor alemão do século XVIII. Fausto na estória vende a Satanás

Sua alma em troca de juventude que perdera. Tal erro ele comete.

No meu sonho doutor Fausto virou mamãe sem ter um porquê.

Pediu-me para queimar os dois livros desconhecidos pela gente.

Além disso, que nós não andássemos nessa via errada; eu e você.

É estranho o caderno de anotações da mamãe está com o doutor,

Com apenas coisas sobrenaturais e anotações nada benevolente.

Sem falar do cenário escuro que aumentava meu estado de torpor.

CAPÍTULO VIII – CONVERGÊNCIA DE SONHOS

No meu sonho como o seu o cenário tinha pouca iluminação.

Fui comido pelos dois livros e chamado por eles de enjoado

Ao me engolir, os livros arrotaram. Será por falta de educação?

Ou fui indigesto, causando neles forte azia ao ser abocanhado?

Ao ser comido, pediram-me para ligar ao número meia, meia, meia.

Todo mundo sabe que isso, na bíblia sagrada, é o número da besta.

No estômago dos livros nossos pais choravam muito. Minha ideia

É descobrir qual é a mensagem que em nos sonhos se manifesta.

Se os juntarmos, maninha, veremos alguns elementos comuns.

Os livros estranhos a nós devem ser destruídos pelo seguinte:

No seu a mãe mandou queimá-los, no meu seremos desjejuns.

Outro item é que nossos pais o mal os dominou e se fez presente.

Não querem essa companhia a nós e nem que vivamos tal acinte.

Com o mal nosso viver não será apenas triste, mas sim deprimente.

CAPÍTULO IX – PESADELO OU DIVINATÓRIO?

Nossa reflexão dos sonhos só faz sentido se forem divinatórios.

Se assim for nos entraremos numa situação deveras complicada.

O mal virá como foram em nossos pais, não sejamos simplórios

E se acontecer nós teremos que ter um jeito para sair dessa cilada.

Meu irmão, passou um pensamento ruim na minha cabeça agora.

E se nossos pais morreram por se envolverem com essa porcaria?!

Seu raciocínio tem lógica. Ainda mais se eles chegaram a pular fora.

Maninho, só de pensar numa hipótese dessa a minha alma arrepia.

Minha irmã, calma. Tudo isso é só uma conjectura, uma suposição.

E se os sonhos forem somente pesadelos? Gastamos fosfatos atoa!

É coincidência demais, oxalá que sejam mesmo pesadelos, irmão.

Sonhos divinatórios ou não, os novos livros serão, sim, queimados.

Aliás, acabaremos com a biblioteca. Os demais livros, a gente doa.

Esse cômodo virará um quarto de visita para os nossos convidados.

CAPÍTULO X – A CHEGADA DOS ANJINHOS NO JARDIM

Olá, meus jovens. Sou sua vizinha do lado esquerdo. Posso entrar?

Quando eu mudei para cá, vocês já estavam morando no exterior.

Eu e meu marido éramos amigos de seus pais. Podemos conversar?

Já que irão morar aqui, a minha amizade a vocês eu venho propor.

Creio que meu marido fará o mesmo, mas o próprio fará o pedido.

Os belos anjinhos próximos da varanda chegaram recentemente.

Vocês é que os compraram e trouxeram para cá? Eles têm atraído

Muitos olhares. São lindos e deixam o jardim ainda mais eloquente.

Não fomos nós que compramos. Devem ter sido nossos pais então.

O mais curioso é que ninguém viu quando eles chegaram ao jardim

E em tão pouco quem os instalou. Raia o dia, ei-los ali onde estão!

Parecem obras de Aleijadinho em pedra-sabão, porém é Mentira.

Acho que são cópias, pois seus pais precisariam de muito dim-dim

Para comprá-los. Não sei, mas um anjo sempre o bem nos inspira.

CAPÍTULO XI – A VISITA DA VIZINHA DO LADO ESQUERDO

Apesar de ser novidade, os anjinhos não nos deixam encafifados

O que nos impressionam são dois livros que estão na biblioteca.

Nossos pais não liam esse tipo de literatura. Daí estarmos grilados.

Queridos, que livros são? Receio de minha parte até agora, neca!

Um dito espanhol diz que mesmo não crendo, as bruxas existem.

Ao saber do que trata o livro no google, tivemos fortes pesadelos.

Rapaz, na internet tem vários sites que espalhar mentiras insistem

E a gente achando que é verdade fica com os cabelos arrepiados.

Posso ver os livros ou vocês me deixarão repleta de curiosidade?

Pode sim! A biblioteca é por aqui. Vizinha, eis os livros malditos:

São Cipriano e A chave de São Salomão. Jovens, falarei a verdade.

Fui eu quem recomendou a leitura deles aos seus queridos pais.

Gostaria de ler os livros para mostrar-lhes que não são malditos.

Façamos o teste agora e vocês verão que não tem nada demais.

CAPÍTULO XII – ABRINDO O CAMINHO À MALDADE

Segure o marcador de página, rapaz. A página já fora escolhida.

Ao ler o livro coisas estranhas na biblioteca passam a acontecer.

A jovem grita, quer o fim da leitura. Seu irmão reforça a pedida

Do marcador de página uma numeração sai como um novo ser.

O rapaz lembra do seu sonho. O número é sim meia, meia, meia.

O número do sonho e agora realidade se transformou num diabo.

A irmã do rapaz se desespera mais ainda com aquela criatura feia.

Ela vai até o irmão que está em choque. Como eu darei cabo?

Meu irmão está imóvel. A minha fé é pequena. Como devo agir?

Tenho dúvida de que minha oração possa produzir algum efeito.

Mestre, eis aí os dois jovens que o senhor escolheu para lhe servir.

Filhos do casal que ao tocar no coração do idoso infarto causei?

Sim! O idoso estava no volante bateu o carro e morreu. Bem feito!

A esposa ia no carro com ele, após três dias morreu pelo que sei.

CAPÍTULO XIII – OS NOVOS SERVOS?

Antes de sua velha falecer, disse a ela que seus filhos seriam meus.

Minha jovem, como deixar barato o abandono de seus pais a mim?

Seguiram o conselho de um padre, tiveram da vida um cedo adeus.

Se agirem consoante seus velhos com certeza terão o mesmo fim.

O ódio, vingança de morte se apossam da jovem com a verdade.

Maravilha! Sentimentos não divinos a tornam minha semelhança.

Falta-lhe mais coisas ruins: desamor, egoísmo, ganância e falsidade.

Sem falar da cereja do bolo: negar Deus e ter em mim a confiança.

Como posso servi-lo se o senhor matou meus pais? Não o seguirei.

Correto! Visto que não será minha adepta, seu irmão irei matá-lo.

Acha que ele está em estado de choque? Na verdade, o entravei.

Quem ficasse com o marcador de página seria por mim paralisado

Seu irmão teve tal privilégio. Mesmo nesse estado ouvi o que falo.

Já que você não vai mesmo me seguir, o seu irmão será executado.

CAPÍTULO XIV - SERVA PREFERIDA

Satanás, como o Senhor já afirmou, eu ainda não tenho desamor.

Mas serei sua adepta ou serva se preferir. Deixe o meu irmão vivo.

Faço-lhe o pedido de que o meu irmão volte ao normal, por favor.

O que minha serva preferida quiser, afinal tenho meu lado positivo.

Minha jovem, a vizinha ficará aqui até lhe ensinar toda nossa lição.

Você vai estudar os dois livros adquiridos e chegarão outros mais.

Como serva oficial, de posse dos conhecimentos, cumpra a missão

De trazer as almas para mim em quantias enormes, descomunais.

Se forem tiradas dos seguidores de Deus, dar-me-á mais alegria.

Seu amado será seu subalterno, como é o marido de sua vizinha.

Não me trai, a pois já tem exemplo do que lhe custará tal ousadia.

Se fizer o que mando e me adorar, verá que não sou tão horrível.

Agora, se me der desgosto ou fúria, aí minha punição virá asinha.

Alguma dúvida? Creio que deixei tudo quero de modo entendível.

CAPÍTULO XIV - O BOM PASTOR

A maçã do Éden é o fruto proibido, trouxe-lhe uma para comer.

Uma vez por semana você comerá uma desta e sem fazer hora.

Iniciei com Eva. Por isso a humanidade não pôde no paraíso viver.

Minha nova serva, violar a Deus será o seu novo proceder agora.

A campainha toca sem parar. Mano, vai ver quem é e despacha.

Minha nova serva, coma a maçã depois. Venha iniciar os estudos já.

Padre, não posso recebê-lo agora. Estou com visita. Jovem, relaxa!

Pode me arrumar um copo d’água? Tal favor ninguém nega por cá.

Jeito esquisito de receber. Sem de fato dar se quer um bom dia.

Acho que está cumprindo ordem. De quem? Sei que ele tem irmã.

Será que é a irmã que não quer a visita? Por que ela me negaria?

Mestre, pode ir embora. Inicio os estudos da jovem em nossa seita.

Eu não posso. Estou sentindo aproximação de uma pessoa cristã.

É quem apertou a campainha? Sim, é ela mesma a minha suspeita.

CAPÍTULO XV - TRAGADO

Algo dentro de mim teima para eu entrar na casa. Mas como fazer?

Padre, já disse que estou com visita. Toma sua água e volte depois.

O pároco enche o copo novamente e benze a água pelo que eu sei.

Uma força puxa para dentro o padre e o jovem, ou seja, os dois.

Na sucção, o pároco joga por querer nos anjinhos a água benta.

Já na casa o padre e o rapaz, a porta fecha sozinha, com violência.

Imprestável! Não faz o básico! Assim minha paciência não aquenta!

Não foi minha culpa. O padre não me acatou por inconveniência.

Mestre, não castigue meu irmão! Esse padre é que foi cabeça dura!

Somos inexperientes. Com tempo teremos sintonia com o Senhor;

E tudo que nos pedir será feito dentro do seu agrado, sem perjura.

Pedido em vão. O irmão teve a boca entortada sem dó pelo satã.

O rapaz sofreu demais O diabo ria ao ver o rapaz com muita dor.

A irmã chora copiosamente. Não quero para nós essa vida malsã.

CAPÍTULO XVI - CREDO

Vocês dois já se tornaram servo do diabo. Que tristeza, meu Deus!

Padre, ele matou nossos pais, se não o seguir matará o meu irmão.

Quer dizer que abdicaram a Deus e todos os ensinamentos meus?!

Não é isso, padre. Como manter a fé sendo o inferno nosso chão?

Far-lhes-ei algumas perguntas e me respondam sem temor.

Creem em Deus Pai todo poderoso, criador do céu e da terra?

Creem em Jesus Cristo sendo o único Filho do Nosso Senhor?

Que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo... alguém berra.

Com o urro do tinhoso, os órfãos ficam mais ainda apavorados.

Ficam mudos. Jovens, sabem o motivo central que o demo peca?

Em querer destronar nosso Deus. Ouçam-me, não fiquem calados...

Assumirão as consequências por dar sim ás perguntas do padreco,

O demônio em plena fúria coloca o pároco no teto da biblioteca.

Se não fechar a matraca, seu corpo irá ao chão. Feche esse treco!

CAPÍTULO XVII - O AUXÍLIO VIRÁ DO SENHOR

Mata-me! Morrer pelo meu irmão, não há prova maior de amor.

Não temo você! O Senhor virá em meu auxílio, pode ter certeza.

Ao der falta das ovelhas desgarradas, virá resgatá-las o Bom Pastor.

Satanás, você já habitou o céu, conhece Dele a força e a nobreza.

Novos passos são na casa. Como? Se os todos estão na biblioteca?

O maligno tenta cumprir sua ameaça. Seus esforços foram em vão.

Palavrão é vociferado. Quem é o idiota que meu poder hipoteca?

De repente a porta abre. Ao ver as duas figuras satã diz: ah, não!

Com os recém-chegados a boca do órfão volta ao normal sem dor.

Os livros de São Cipriano e As chaves de São Salomão pegam fogo.

Capeta, quem nós somos? Com repulsa ele diz: os anjos do Senhor.

O padre toma palavra e pede aos jovens para chegarem à janela.

O que faltando no jardim. Olhem com muita atenção, eu os rogo.

Logo veio a resposta: os anjinhos do jardim. Término da querela.

CAPÍTULO XVIII - LIVRES DE TODO MAL

Por ser anjo do Senhor, ordeno que o ambiente seja de quietude.

Antes da morte de sua mãe, satã que com vocês ficaria a avisou.

Ela no desespero rezou a Deus para livrá-los deste mal. Tal atitude

De muita fé e amor, chegou-nos. Na sua misericórdia, Ele aceitou.

A partir daí viramos anjinhos do jardim. Água benta jogada em nós,

O credo em que disseram sim era o sinal para entrarmos em ação.

Vocês e o padre são mortais. Sozinhos perderiam a esse ser atroz.

O padre não terminou seu trabalho. Passo a palavra para ele então.

Jovens, vocês renunciam o diabo e as obras dele de sedução? Sim.

Querem a liberdade de Deus e renunciam o pecado? Sim, Claro.

Ao renunciares o diabo o domínio dele sobre vocês chegou ao fim.

Padre, por servir o diabo, qual será minha sentença? Minha morte?

Vizinha, Cristo morreu na cruz para que tivéssemos vida. O reparo

Ao seu erro é o seguinte: Faça retiro espiritual. Espero que suporte.

CAPÍTULO XIX - NA PAZ DE CRISTO

Seu retiro espiritual ocorrerá num convento e terá longa duração.

Assim se limpará de todo mal que lhe ficou impregnado. Aceita?

Quando você e a madre superiora acreditarem de todo coração.

Na sua volta total a Deus, então está livre e sua vida ser refeita.

Aceito sim, padre, obrigada. O convento central será sua morada.

Anjos do Senhor, o diabo fica a seus cuidados. Ele ainda está nulo.

Satã, o Senhor ordena sua volta às trevas. Cumpra sem dizer nada.

Anjos e diabo voltam aos lares deles. O capeta regressou bem fulo.

Intuições e vozes que ouvia eram os anjos comunicando comigo.

Meus jovens, a paz de Cristo agora por muito tempo aqui reinará.

Fiquem sem medo na casa de seus pais. Livramo-nos do inimigo.

Antes de eu e a vizinha irmos embora de vez, façamos uma oração,

Para agradecermos a vitória, agradecermos a vida e o amor que há

De Deus para conosco, sem ter por parte Dele nenhuma restrição.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 12/05/2021
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