Saudades
A saudade que me abate, já vem rendida
Trás nela lembranças confinadas, corre veloz
Ecoa no íntimo um grito estridente sem voz,
Tão quanto uma dor insana que foi sentida.
Sou vestes d'alna, guerreira do Sertão
Poeta mulher! Um coração condenado,
Ver marcador do tempo no sinal fechado,
No parto da poesia, se cria um fio, solidão!
Consola-me viver sem olhar o espelho atrás
Mas se olho, vejo o brilho do olhar ausente
No alvo da saudade fincada, ansiando a paz!
Se nego o poço vazio,, da sede no ar quente,
Na força que sopra o vento, desse tempo voraz
Dos devotos dessa lucidez inconsequente!
Bel Salviano