Saudades

A saudade que me abate, já vem rendida

Trás nela lembranças confinadas, corre veloz

Ecoa no íntimo um grito estridente sem voz,

Tão quanto uma dor insana que foi sentida.

Sou vestes d'alna, guerreira do Sertão

Poeta mulher! Um coração condenado,

Ver marcador do tempo no sinal fechado,

No parto da poesia, se cria um fio, solidão!

Consola-me viver sem olhar o espelho atrás

Mas se olho, vejo o brilho do olhar ausente

No alvo da saudade fincada, ansiando a paz!

Se nego o poço vazio,, da sede no ar quente,

Na força que sopra o vento, desse tempo voraz

Dos devotos dessa lucidez inconsequente!

Bel Salviano

bel Salviano Planeta Poeta
Enviado por bel Salviano Planeta Poeta em 12/05/2021
Código do texto: T7253853
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