NÃO MALTRATE A FLOR
O erro que eu erro não tem erro,
E nem preciso ferir à ética.
Apelo para a licença poética,
E da gramática faço o enterro.
Nem vou chorar a morte do bezerro,
Pois a tal licença é pra lá de eclética,
Vai da fonética à imagética,
Levando tudo para o mesmo aterro.
Só sei que não fui eu o responsável
Pela invenção deste tal instrumento,
Que só na poesia é aceitável.
Seu uso é opção, é um direito,
Só acho que parece um desrespeito,
Até mesmo um erro irreparável.