O DESABROCHAR
Deixe que as cinzas do passado nos redime...
Nas noites cinzentas. No frio da madrugada.
No tom ébrio da dor que no desejo esgrime;
Desnudando pudores, matéria subjugada.
No céu alto, a Lua tão longe das estrelas...
Viesse beijar, assim como espuma do mar,
Este ser tão pálido; de ti, longe mil eras...
Amor, vieste só para minh'alma profanar?
Caminhando sobre o chão de incertezas;
Dei-lhe o mais alto que um poeta já sonhou
Ainda... se queixa das minhas estranhezas.
Não abrace um corpo castigado de Dor,
Beije-me a pele, afaga o âmago em carne
Sinta o verso em mim, desabrochar em Flor.