Ideias doentias
À Candelária da Indaiatuba,
Tristezas saem tenebrosamente,
Escarlate das larvas e do horror
Que sentes no furor e eu sinto a dor...
Amas as tênebras do mal, silente.
Tua hematoma, que em tremor ardente
Chegas triste sem beijo nem amor,
Vens nas chagas pútridas do suor...
Hás de sangrar no teu olhar dolente.
Esse enterro sensual, que a Lésbia chora!...
Olhar eviscerado à alvura agora,
Ignora as tuas vísceras no umbral.
Vês, erras e atormentas no ser fraco,
Berras, com o eco ao mártir ainda opaco
Quando estiveres na ânsia visceral.
Lucas Munhoz
(05/05/2021)