DO CISCO AO ROSTO
“Cumprir a Língua 21”
Quem der uma volta pelas “redes sociais”,
Sem pressas – e sem complexo de ligeireza
Como é próprio na mentalidade portuguesa –
Ciscos e “ervas daninhas” verá por demais.
O mesmo na Internet, em revistas e jornais
E concluirá, da nossa Língua, a vil tristeza
E da urgente tarefa duma alta limpeza
Que se impõe, a começar pelos “maiorais” …
Os próprios Maiorais – como se diz comummente –
Deveriam ser os modelos de configuração
No que toca a cumprir, verdadeiramente,
A sua pureza original e preservação!
Mas não! Cada palavra, cada cisco ou mancha;
E cada frase, cada risco de articulação,
Que já nem a tecnologia o desmancha
E nem sequer há tempo para a correcção!
– Ai esta Escola, esta Instrução e esta Cultura:
De cisco em cisco, assim evolui a própria Arte,
Com os caminhos bloqueados em toda a parte!
E o ROSTO da Mátria-Língua chora a desventura!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA